quarta-feira, junho 29, 2005

Tenho pena de quem é assim...

Há fantasmas que nunca desaparecem... Há como que almas penadas, despegadas de corpos frios e acossados por maldições antigas, que pairam em torno de nós, à volta de quem nos rodeia, sem nos libertar nunca...

Há sombras que a luz nunca conseguirá apagar, nem trevas algumas conseguirão superar... São eternas em si próprias, enquanto houver alguém que as olhe e que se preocupe...

Sou eu então, qual cavaleiro andante com espada luzente, quem travará batalha sangrenta com tais mortos-vivos de personalidade volátil e corpo andrajoso... Sou eu quem irá derrotar tais pessonhas... E simplesmente nada farei... Apenas tenho que votar tais semblantes à mais profunda indiferença!

Apenas escrevo este memorando numa tentativa - conscientemente vã - de que desapareçam por si próprios e não esperem que eu desenvolva qualquer tipo de esforço na anulação de qualquer réstia da sua existência...

Uma coisa é persistência, outra é estupidez, mas outra ainda é uma incrível capacidade psicótica de alguém se alhear completamente da realidade e não compreender a dimensão do ridículo que por vezes alcança!

Disso, nada mais posso ter senão pena, muita, muita pena!

terça-feira, junho 28, 2005

Mistakes!

Há confusões e confusões! Há gente que vemos na rua e pensamos ser alguém familiar e, se não temos o devido cuidado, acabamos por fazer figura idiota ao interpelarmos uma pessoa para quem somos um completo estranho... Mas, há erros cometidos propositadamente por estupidez, como nos interpelarem com intenções conhecidamente completamente divergentes das nossas... E isso acho tão irritante!

Tudo bem, adoro a noite e não perco uma boa música para deixar que o corpo se envolva... mas, não tem necessariamente que se envolver noutro corpo; conhece muito bem os cantos da casa e aquilo que ela gasta para se mover sozinho ou com quem pretende, não tem que se render aos (des)encantos (de) estranhos...

E por muito licor de genebra que ingira, penso ter sempre a mínima consciência, porque o meu ser assim funciona quando em piloto automático, de como sou de essência!

E cada vez considero este mundo cosmopolita, por incrível que pareça, menos meu e anseio pela minha partida para terras de sol nascente... Quero fazer algo pelos outros para me completar enquanto projecto de gente... Quero renascer com o meu Om... fazer-me em divina trindade...

E não quero cometer os erros que comigo cometem, nem repetir aqueles que outrora cometi! Acho que, no fundo, quero apenas aprender a viver... novamente!

O tempo e nós... eu e o mar...

Finalmente, uma pausa neste calor que nos faz destilar o corpo... uma pausa para recuperar as energias que o sol nos faz exalar... De tempos a tempos é necessário inspirar, lentamente, e ganhar novo fôlego! Nem eu me aguento sem abrandar um pouco!

Além de que eu adoro este tempo mortiço, fresco e algo tétrico... É bom para nos aninharmos e sentirmos outra pele, outro calor em direcção a nós!

E é quando podemos ir para a praia e nos sentimos isolados do resto do mundo... apenas a areia, o mar, as nuvens e nós... a respirar o sabor salgado dos nossos lábios e a bebermos a pureza daquilo que sonhamos para nós...

Mas, no fundo, continuo a ser grão de areia, rolando no mar, de encosta em encosta, aninhando-me em praias alheias; sou que nem pérola procurando concha que me contenha...

Mas, quando terei eu a certeza de ter encontrado o mar onde está a minha concha?

sábado, junho 25, 2005

My Gift

Novamente, excederam-se! Fabulosos... Nem consegui aperceber-me de que estava rodeado: simplesmente deixei-me ir, ao som da música e da voz dela... e flutuei... A cada nota sentia-me mais feliz... e mais leve.

Não sei que efeito conseguem aqueles acordes ter em mim, mas o certo é que me sinto mesmo bem, embora já me sejam demasiado familiares por os ouvir tantas vezes! E continuo a adorar a sensação que me fazem ter... Desde um single a algo escondido no fundo de um concerto antigo, há sempre algo que me faz vibrar. E vibrar implica viver.

Cada vez me sinto mais vivo, à custa de pequenos nadas, como notas, sons e uma voz deliciosa. Ou então, por aquele sorriso lindo que vejo no intervalo de duas expirações fundas...

Cada vez os sinto mais meus... não que não sejam de outros, mas eles sabem bem como me fazer bem... como me fazer sorrir... e dançar!

quinta-feira, junho 23, 2005

S. João

Para mim já não é novidade. Já foram tantos os dias do Santo por mim celebrados que deixam de ser novidade. Mas são sempre diferentes, a cada um que passa. Se lhes crio expectativas, não me apetece comemora-los; se deles nada espero, é então que algo acontece.

Mas, este ano é diferente... este ano espero encontrar-te, perdido no meio de tanta gente... e quero esconder-me contigo e matar saudades... Ou então, quero apenas ver-te e recordar o dia de hoje...

Acho que como estamos é como devemos estar, para já... Não sei como iremos estar, mas assim não estamos mal... e até tem o seu quê de charme...

Mas, pronto... agora era suposto falar da noite do Santo, mas não me consigo esquecer de mim... não, não ando numa fase egocêntrica, mas apenas estou feliz com a vida e isso reflecte-se naquilo que vivo e faço... Ninguém me cobra nada e todas as pessoas que agora pertencem ao meu presente fazem falta neste mesmo presente. Estou mesmo bem... finalmente bem!

Espero que a noite me faça cruzar contigo, porque já tou com saudades, e tu sabes disso!

No more loneliness...

Cada vez me convenço mais que a solidão não me serve senão de desculpa para a frustração de, outrora, não me conseguir fazer acompanhar... Agora, não me imagino só... tenho demais para dar... e sozinho não dou nada a ninguém! Mesmo que só a amigos ou então a esse alguém que me espera e que sabe o quanto posso dar sinto necessidade de dar!

Já não consigo imaginar a minha casa vazia... ou com apenas os meus amigos de quatro patas, lindos, que um dia hei-de ter! Quero mais! Quero casa cheia, quero gente... quero sentir a minha vida repleta por quem eu gosto!

E à medida que o tempo vai passando, vou conhecendo novos amigos que me fazem sorrir e fazem com que eu ainda acredite no potencial da Humanidade... E ter amigos é tão bom! Faz-nos acreditar que vale a pena andarmos por aqui algumas décadas, errantes mas com a sensação de concretização de algo... Sim, porque a vida é mais do que aquilo para o qual nos tentam programar; viver é exactamente isso: viver! É conhecer e desfrutar daquilo que podemos enquanto podemos...

E é recordar que temos enquanto temos. Se perdermos, então, outras coisas surgirão e serão essas que iremos aproveitar e aprender a desfrutar e a viver!

Sunshine and roses... Romance and passion... Friends and eternity!
No more loneliness...

quarta-feira, junho 22, 2005

Marés

A vida dá mesmo muitas voltas... é como que o mar com as suas marés... Ora nos traz ora nos leva, gentes e coisas, boas e más...

Nos últimos tempos, é certo, tem andado revolto, sem saber muito bem o que trazer e o que deixar... tenho lançado a rede, por vezes, na esperança de ter algo que eu próprio procure, não me deixando ficar no acaso daquilo que a sorte me reserva. No entanto, acaba sempre por ser essa mesma sorte, esse fado, a ditar resultados de pescarias e buscas...

Agora, acho que o mar me tem trazido gente boa e coisas boas... Quando recolho a rede sorrio...

Não sei se hei-de continuar a deitá-la ao mar, mas continuo a olhar para a areia no recuar da vaga para ver os presentes que a maré me deixa...

E continuo a sorrir!

terça-feira, junho 21, 2005

Sensibilidade e bom senso

O facto de eu estar bem comigo e com a vida realmente não impede que as pessoas que me rodeiam, ou pelo menos algumas, ou nem isso: apenas uma ou outra, continuem uma árdua tarefa como que constituída em conspiração contra a minha sanidade mental e contra a minha integridade psicoemocional.

No entanto, se tempos houve em que essa estrutura do id não tinha alicerces onde se apoiar e segurar, agora isso não acontece. É-me incrivelmente mais fácil agora, não eliminar, mas seguir em frente sem... sem essa gente que não me conhece evidentemente, pelo menos agora, senão jamais atentariam dessa forma contra mim. E não fico com remorso. Não por ser "insensivel", mas por ser sensato e perceber que quem não me quer bem, eu não sequer considero no meu plano existencialista.

É muito simples: sensibilidade e bom senso. Sensibilidade para compreender a Natureza humana e bom senso para saber lidar com ela. Sensibilidade para saberem como sou e bom senso para perceberem como funciono. Agora, bom e bem, respectivamente! Só é preciso deterem-se um pouco...

E esse pouco pode vir a ser muito, percebes?

segunda-feira, junho 20, 2005

Parte de mim...

Sabem quando estamos obcecados com algo e não vemos mais nada do que nos rodeia? Foi assim a minha vida, sempre. Até agora. Então, decidi parar para olhar à volta. Não me posso perder, mas também não vou perder o mundo que me envolve. Não quero parar mas também não quero nem vou estar sempre em movimento. Quero quem me queira.

És tu? És tu quem final e decididamente me quer? Ou não?

A pergunta não tem destino, não tem alma nem corpo a quem se dirija, porque assim não precisa. Quem é sabe. Quem não sabe é porque não é! Mas, acima de tudo, é para quem pode ser e para quem não tem a certeza. Eu? Serei eu a dúvida? Ter-me-ei eu atirado a um fundo que desconheço? Talvez, mas sei que o fiz porque assim o desejei e o desejo... Aquilo que encontrarei pelo caminho ou no final é a mim que me compete decidir se pretendo que de mim faça parte.

E tu, queres tu fazer parte de mim?

domingo, junho 19, 2005

Sou sempre o mesmo...

E ainda bem, acho eu... sempre a correr, sempre stressado e sempre a sorrir, quando a vida me deixa e eu não me esqueço de mim...

Só que nem todos correm como eu, nem todos querem viver como eu... há quem páre, há quem abrande, há mesmo até quem recue! Eu quero andar sempre a correr para não perder nada. Mas, agora, mais do que correr, dou comigo a voar, em pensamento, a desejar aquilo que quis no passado: ir para as terras onde nasce o Sol: sim, não "às" mas "para"! "Para" o meu destino.

Estou a terminar esta fase da minha vida. Apenas faltam como que as memórias deste meu último ano, escritas e anunciadas, para que me digam que sou alguém. Mas, já o sou, há muito. Depois, quero partir... Não sei se irei, se quererei, nem sequer sei se poderei pois posso não estar apenas dependente de mim, mas espero que quem quer que esteja comigo queira ir... Ou então, espero não estar com ninguém para não ter quem me prenda, uma vez mais, ao medo que tenho de seguir o meu destino...

Cada vez mais me aproximo mais dele, do meu destino, que tem estado tão longe, lá longe... mas, em breve, sim, em breve serás meu outra vez...

sábado, junho 18, 2005

Não sais de mim!

São dez e meia da noite e olho para a tua fotografia, embevecido, apaixonado, desejando que estivesses tu aqui, ao meu lado, junto a mim. É estranho! Sim, estranho. No outro dia perguntaste o porquê desta palavra e apenas posso dizer que não estava à espera de estar a sentir o que sinto, constantemente, agora, por ti…

Conhecemo-nos há tão pouco e no entanto parece que nos conhecemos há uma eternidade, como se ambos fizéssemos parte da história do outro. E sinto-me bem.

Não consigo deixar de olhar para ti, de fechar os olhos e te ver. Não consigo deixar de pensar em ti e no momento em que voltarei a estar contigo, em que voltarei a ver o teu olhar e a sentir o calor da tua pele, do teu abraço e do teu beijo.

Tenho saudades do toque dos teus lábios nos meus e de sentir o calor do teu corpo! Quero tanto voltar a estar contigo! Pudesse o tempo parar...

sexta-feira, junho 17, 2005

Mais uma partida...

Ontem partiu mais um pilar da casa que me recriou...

E essa mesma casa fica mais pobre; vai aos poucos, inevitavelmente, vendo os seus pais, assim como alguns dos seus filhos, partir para não mais voltarem... Mas jamais serão esquecidos. Os seus tributos são demasiado valiosos tal como os tesouros criados pelos quais, directa ou indirectamente, têm de ser considerados responsáveis.

A sua frase era: "Caminheiro: não há caminhos; os caminhos fazem-se caminhando." Aliando esta à famosa frase de Abel Salazar de que "Um médico que só sabe Medicina nem Medicina sabe." obtemos uma forma de estar e uma filosofia de vida de integração e de coragem, de não conformismo e de constante e impulsivo interesse pelas várias vertentes da vida.

Partiu, não cedo na história da sua natureza, mas cedo para quem sempre teve tanto para dar. São estas as pessoas que nos custa perder: as que nunca param de dar. Não porque estamos apenas interessados em receber, mas porque os seus contributos são, de facto, algo de inigualável.

Não haverá outro Corino, nem outro Abel... Mas, também, jamais haverá outra Casa como a minha! E, por isso, perdemos todos...

quinta-feira, junho 16, 2005

Eu espero!

Eu espero! Espero porque acredito que valemos isso, que merecemos e que nos devemos dar uma oportunidade de sermos!

Sei que não é fácil, esta fase em que estás. É uma fase final, pré-transitória, entre aquilo que tens sido e aquilo que poderás vir a ser. E ausentas-te, inevitavelmente e contra a tua vontade, para que depois possas estar tranquilo e seres então o tu próprio que espero para ter ao meu lado no futuro...

Não te preocupes. Não vou sair. Não vou acompanhar-me de outro corpo que não o teu nem procurarei outra alma que não a tua. Não agora. Não agora que te encontrei, que te começo a conhecer. Não agora que me fizeste apaixonar, não só por ti como também pela vida. Não, agora não saio. Espero, pacientemente, por ti.

Toda a minha vida fui sujeito a testes e provações. Muitas delas, talvez as mais importantes, devo ter-me portado pessimamente mal, mas pretendo esforçar-me para que nesta as coisas aconteçam da melhor forma. Digo, sinceramente, que mesmo que esteja à espera de nada, esta espera está a ter o sabor do sorriso que me deste. Mesmo que não estejas muito no meu futuro, mesmo que não sejas a eternidade com que sonho, és o presente que me faz sorrir. E não há nada mais importante do que aquilo que nos faz ter vontade de sorrir.

É por isso que, a cada dia que passa, me vou deixando embalar na doce melodia da tua voz e vou sonhando, vou-me deixando ir, na brisa do teu cheiro. Quero estar contigo. Outra vez. E outra. E mais outra.

Em breve, minha razão, em breve... em breve renovarei os votos dos meus desejos por te rever e por te voltar a sentir. E sei que desta vez a partida irá custar mais. E que depois as saudades irão ser maiores. E que então teremos mais certezas e saberemos muito mais o que será de nós, e o que fazer com este sentimento que em catadupa cresce e nos consome de uma forma deliciosamente saborosa.

Sabes uma coisa? Adoro-te ainda mais que ontem e ontem já te adorava imenso...

terça-feira, junho 14, 2005

Saudades tuas, dos teus olhos, de ti!

Ai, que falta me faz esse teu olhar no meu, que saudades fortes sinto daquele momento em que te tive, em que nos encostámos e nos cruzámos, nos olhares e no destino...

E anseio por ti, aguardo por ti, espero pelo momento em que te voltarei a sentir. Quando? Em breve, bem o sei. Mas, o mais breve que seja é tarde demais. Queria agora, queria no momento que acabou de passar para agora já te ter e não estar a matar saudades. Queria continuar contigo para não mais sentir este vazio, para não ter que aguardar... Mas sei que aguardo por algo que me faz feliz, que me faz sorrir. Por isso, não peno. Não custa. Porque me fazes bem...

E continuo à espera... o breve momento cedo te trará a mim... e sei que também tu sorrirás, porque também tu sentes a minha falta...

Sonho com o dia em que ambos saibamos ser a metade que o outro há tanto esperava... Se o destino te trouxe a mim, ele mesmo me irá dar-te para que percebas e sintas o que e quem sou para mim... e para ti!

Continuo a estar a adorar-te, sabes?

Eugénio...

Adeus, velho e nobre poeta. Tu, que desapareceste tão pouco após minha querida Sophia. Perdi-os aos dois, que escreviam como se minha alma por vezes possuíssem... Tu, que de penadas leves procuravas a palavra certa para o sentimento que percorre o corpo... Deixas saudade, dos momentos em que te via, a escrever, absorto deste mundo, escondido no teu, entre uma imensa nuvem de fumo branco que tentava imitar, esperando eu produzir palavras como as tuas...

Adeus, que tua alma descanse em paz...

O Lugar da Casa

Uma casa que nem fosse um areal
deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi acesso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino:
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia.

(em "O Sal da Língua", de Eugénio de Andrade)

sábado, junho 11, 2005

Finally getting in love...

O mundo é lindo quando nos estamos a apaixonar... E não preciso dizer mais nada...

Poderia descrever os teus cabelos dourados, brilhantes com a intensidade do calor do sol, ou os teus olhos doces como mel... poderia até falar do sabor dos teus lábios, macios como a pele do mais suave pêssego... mas não preciso. Basta veres nos meus olhos o fulgor do sentimento que cresce em mim... E renovo-me. A cada pensamento que tenho por ti, sobre ti, para ti, sinto-me mais leve e sinto-me a voar, a sonhar. E queria poder abraçar-te e beijar sempre, a todo o momento, dar-te a mão e ter-te junto a mim, comigo, em mim. Queria que nao estivesses longe, queria tanto que estivesses sempre perto...

Quase não acredito que te encontrei. Quase nem acredito que tu me encontraste. E que me esperas. E que eu te espero também. É tudo tão intenso e natural, tão rápido e no entanto tão eterno. Ficamos perdurantes no ar, a flutuar, juntos. E apaixono-me mais a cada momento que passa, a cada pensamento, a cada palavra, a cada toque.

E não foi depois de descobrir quem eras, mas como eras... és quem eu esperava encontrar... acho que quem quis encontrar todo este tempo... e, finalmente, quem eu queria és tu!

Estou a adorar-te, sabes?

quinta-feira, junho 09, 2005

Tatuei o "Aum" ou "Om"

Os Hindús vêm o "Absoluto" do modo como a Rig Veda, a mais antiga escritura Hindú, expressa:
"Ekam sat vipraha, bahudha vadanti." (A verdade é só uma. Os sábios chamam-na por vários nomes.)

Esta doutrina reconhece a Última Realidade como possuindo um potencial, poder e inteligência infinitos não podendo, portanto, ser limitada por um simples nome ou por uma simples forma. Daí que essa mesma realidade, esse Absoluto tenha dois aspectos: o impessoal e o pessoal.

O aspecto impessoal é o Nirguna Brahman, que não possui atributos não sendo, por isso, um objecto de oração mas de meditação e conhecimento. Esta para além da concepção, da razão e do pensamento.

O aspecto pessoal é o Saguna Brahman, possuindo atributos. Saguna Brahman é o criador, sustentador e o controlador do Universo, nao podendo ser limitado por uma forma e sendo adorado pelos hindús tanto na forma masculina como na forma feminina

O Dharma é, de acordo com as escrituras, o correcto e as boas práticas éticas e morais. De acordo com a filosofia Hindú, o Dharma é essencial para o cumprimento dos objectivos materiais e espirituais e para o crescimento enquanto individuo e em sociedade.

Om ou AUM é o símbolo mais sagrado do Dharma Hindú, sendo o som do Infinito. Diz-se ser a essência de todos os mantras, a mais elevadas das Palavras Divinas (Shabda), sendo o próprio Brahman.

Pelo som e pela forma, Aum simboliza o Brahman e a totalidade do universo:
A pela Criação.
U pela Preservação.
M pela Destruição ou Dissolução.
Isto é representativo da Divina Trindade no Dharma Hindú (Brahma, Vishnu e Shiva).

Estou marcado para a minha eternidade pelo que tem sido tão Eterno até hoje.

quarta-feira, junho 08, 2005

Porque todos temos umbigo

Carta a uma amiga:

"Linda, como me revejo em tantas dessas palavras que escolheste... e como me vejo agora, tão diferente, exactamente porque decidi recomeçar. Alegro-me por te ver assim, com coragem para o fazeres também. Acredita que vale a pena recomeçar quando estamos mal e quando deixamos de nos rever em nós próprios.

Acima de tudo, é importante deixares o passado onde ele pertence: ao passado, e seguir em frente, ao futuro, apenas com o presente a teu lado. E espera sempre coisas boas da vida. Elas virão ter contigo, quando menos esperares provavelmente, e até és capaz de nem reparar nelas, à primeira vista.

Mais cedo ou mais tarde, os sorrisos e as virtudes irão fazer parte do teu quotidiano se assim o quiseres. É mesmo isso: tens que querer. Talvez até só tenhas que querer.

Espero que consigas manter as forças para essa tua nova batalha e que sejas muito, mesmo muito feliz, porque mereces!"

Que eu aprenda com aquilo que eu próprio escrevo...

terça-feira, junho 07, 2005

De volta à forma

Finalmente decidi-me a fazer algo com e para o meu corpo. Confesso que as saudades eram imensas. Percebi que havia estado estagnado um par de anos não só na mente como nas relações interpessoais com a sociedade que me rodeia mas também o corpo, o físico, se havia desmotivado, parado e desleixado.

Agora sinto-me mesmo novo. Ontem comecei uma nova investida. E estou a ficar obcecado com a ideia, o que comigo isso é muito bom. Sim, porque foi graças a estar obcecado que deixei de inspirar o fumo de cigarros incontáveis...

Desde musculação a body pump, body combat, hip-hop, GAP e localizada, seis vezes por semana, duas horas por dia (para começar), acho que vai dar para libertar toda esta adrenalina acumulada em inúmeros meses e sentir-me a respirar como outrora.

"Mens sana in corpore sano"

Já que a mente é o que já se sabe, pelo menos o corpo... que funcione!

segunda-feira, junho 06, 2005

Les amies

Sabem quando sabemos que fazemos falta? Quando temos a certeza de que há quem goste de nós, de que somos amigos de alguém e de que teremos sempre alguém ao nosso lado? Sabem quando devemos estar sempre ao lado de alguém? Quando nos dizem ou escrevem algo assim:

"O frio sacode-nos para dentro da CASA
Da memória molhada da noite
trago ainda o desejo de ver o SOL.
Ao puxar uma cadeira
avisto ao lado o ARCO-ÍRIS!
A lã de um amigo.
Então sinto as boas vindas,
sinto-me como quem encontra a confidência de uma almofada.
E quero viver na CASA.
Quero ver-te sempre cá...
Quero ter o poder de aquecer a CASA como tu
de ser o lume e o cobertor!
Às vezes tenho medo de quando te tivermos de lembrar!

Les amies, ICBAS by night"

"A vida assim acontece, entre uma pétala e um sorriso, entre uma queimada e uma nuvem, entre um cantar e um assobio, entre um beijo e outro beijo. Acontece. Na boca de um gigante, na orelha de um anão. E assim nos acontecemos, no espelho da vida. O amor e a alma evaporam do corpo. Os nossos ficam suspensos (...)."



Adoro-te. Muito. E tenho medo de ter de te lembrar...

sexta-feira, junho 03, 2005

Flower Power

Hoje irá acontecer mais uma mítica festa Flower Power naquela que, há já muitos anos, é a minha segunda casa! Ou, por vezes, a primeira. É impossível descrever estas festas. Subjacentes a um tema que, raramente, (nas últimas pelo menos) é respeitado em termos de indumentária e de passagens musicais estas festas são o respirar de alívio ao fim de meses de trabalho e descompensações sucessivas por tudo o que se tem para fazer e, principalmente, por tudo o que nao se fez.

Há uns anos, estas festas serviam de reencontro entre velhos amigos, pessoas presentes e já ausentes. Entretanto, os presentes foram-se, os ausentes são-no cada vez mais. Então, restam os que cá estão e os que não são de cá mas que cá vêm, à custa de fama e sucesso ou motivados apenas pela curiosidade por tão badalados momentos que causam, em certos dias, horas de espera em fila interminável. Quem passa até pensa o que ali se passará e até se sentirá tentado a deter-se à espera, como os outros. Se descobre, fica; caso contrário, poucos resistirão à delonga sem saberem o que detrás daquele pequeno portão verde se esconde... ou se descobre!

A noite começa muitas vezes mais calma, embora outras tenha já havido em que a velocidade inicial era já superior ao limite nacional... Mas essas ficam para recordar quem lá esteve...

Aos poucos a música muda o ritmo, sobe e desce, acelera e abranda, e os bares movimentam-se e animam-se, no chão ou no balcão, eles e elas, novos e já da casa, em harmonia. O sucesso está lançado. As pessoas vêem-se, conhecem-se ou cumprimentam-se, matam saudades de há dias ou semanas, meses, anos. E conversa-se, fala-se, dança-se, beija-se e voa-se. Sonha-se até...

São mais do que simples festas. São mesmo mais do que o ícone que poderiam ser. São o fervilhar de emoções, alegria e boa disposição acima de tudo.

E esta é apenas mais uma indescritível Flower Power.