domingo, junho 17, 2007

Simbiose

Aos poucos crescemos. Mesmo quando achamos que já somos grandes. E aprendemos... finalmente.

Às portas de uma nova caminhada, prestes a arriscar viver de novo, descubro que o passado será sempre meu e que mais não posso nem devo fazer senão recordá-lo. O presente escrevo-o agora, e escolho o estado de espírito em que nele estou. O futuro espera por mim, mas mais logo, depois, depois de agora, depois de estar e de viver.

Do nada recordo aquilo de que sou feito. Não só de tempo mas, acima de tudo, de tudo o resto. Faz-me a massa, a energia, fazem-me os sentimentos e as sensações. Muitas são as fibras do meu ser, muitas as células do meu corpo, impulsos e moléculas, ordenadas mesmo quando caóticas.

Vivi demasiado tempo separando a matéria daquilo que não queria viver. Do passado guardei sempre aquilo que me manteve vivo a querer não o estar. Hoje, do passado, lembro o sorriso de quem amei e de quem gostaria poder voltar a amar. Racionalmente compartimentei-me para poder sofrer demais. Esqueci-me que funciono como um todo. E deixei de conseguir ser feliz, porque não estava completo. Afinal não preciso de ti para o estar. Apenas sorria mais por te ter. Mas estás em muitas células do meu corpo.

Destino ou não, uma simbiose se aguarda entre a alma que deverá existir nesta matéria. Assim, outras poderão um dia existir...

segunda-feira, junho 11, 2007

Inconsciência

Todos os dias me pergunto se "será hoje"? Se acordo no dia em que te vou encontrar? Desde cedo, até aos dias que vêm passando. Ainda não encontrei quem sempre procurei ou talvez apenas não te tenha visto. Não sei. Apenas tomo consciência de que muita gente percorreu a minha calçada, mas poucos são aqueles que nela pararam e muito menos os que por ela quiseram montar arraiais e ficar.

Já pensei ser erro meu. Mas não é. Os tempos apenas são estes: hoje em dia não se investe em conhecer e em querer estar. Hoje em dia tudo anda depressa, tudo corre rápido demais, para todos e até mesmo para mim...

Mas hoje decidi acordar e pensar diferente. Hoje decidi deixar de te esperar ou de procurar por ti. Hoje decidi esperar por mim até me encontrar... Hoje tive percebi o quão inconsciente tenho sido...

Hoje, hoje foi um bom dia para acordar. Pelo menos descobri que ando por aí...

sexta-feira, junho 01, 2007

Teu.

Procuro em mim a paz que não consegui encontrar em ti, nem em ninguém... Por momentos inspirei, numa breve esperança de completar o ciclo, mas a agonia dos tratos não me permite nunca alcançar tal alívio.

Choro, na noite, esperando pelo amanhecer, pela coragem que advém da luz do sol. Escondo-me no medo do escuro para fugir a rotinas que não são as minhas.

Mentira. Uma após outra.

Perco-me nos meus fantasmas, nos antigos e naqueles que criei de novo. Invento mil formas de sofrer, procurando alguma mais penosa que esta. Não encontro. Não acho forma de sobreviver sem esta dor que me ocupa por todo.

Vieste, fazer-me sorrir e eu falhei, hoje de novo, ontem como de costume.Vieste porque sempre esperei. Mas nunca estou pronto. Nunca estou pronto porque já o estive.

Não sou quem me mereceu. Sou aquilo que nunca quis ser. Volto a fugir das procuras que não quis. Espero ser achado num meio perdido.

Porque não consigo voltar a sê-lo? Hoje, desde ontem, para sempre, teu...