sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Raro.

Dia raro, sentimento comum. A nostalgia a querer ficar e eu a querer ir atrás de mim. Quero fugir e libertar-me destas amarras que me prendem onde não é suposto eu ficar, em quem não quer estar assim.


Dia raro, vida comum. À volta, tudo se torna demasiado banal. Todos são os mesmos de sempre e, no entanto, já ninguém é quem eu conheci. Tudo muda sem que saiam do seu lugar. Mudam apenas no meu.


Dia raro. Eu igual. Em mim sou único como outros tantos que poderia ser. Afinal, um ciclo repete-se em si próprio vezes sem fim. Como eu me reinvento nos mesmo que já fui...

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Deslocado...

Os fascínios de outrora perderam, por enquanto, o encanto. Já não sorrio com a ilusão de um talvez, já não sonho com a possibilidade de um possivelmente. Caí em mim e percebi que nada disto ou disso eu quero. Vivo para um mundo diferente daquele que sonho. Vivo sem pertencer ao tempo ou ao lugar. Não sou daqui. Não sou de agora. Queria poder parar tudo e definir tudo eu, qual Deus a pôr tudo no lugar. Nada é o que deveria ser, nada está como deveria estar. E eu vivo isso todos os dias. E sobrevivo a isso, todos os dias.
Queria outro tempo, outro mundo. Não outra vida porque só isso não chega. Queria viver antes, quero viver depois, quero outro Universo que não este que constantemente me faz sentir assim, longe de mim, do que sou e do que quero ser. Qual toque de Midas, queria poder voltar a fazer tudo de um modo diferente, para ter a certeza de que estou errado. Ou então, para ter a certeza que estou apenas deslocado...

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

A voar...


Às vezes olhava tudo de baixo, sentindo-me sempre pequeno e menor. Às vezes custava-me acreditar que estava, então, errado. Mas entretanto decidi voltar a voar. Acreditei que era capaz e subi, acima de mim, acima daquilo em que o meu corpo se sentia para viver. E então sorri de novo. Precisava sair, de mim, para poder entender-me. Como outrora, foi lá fora que encontrei paz, porque descobri que pertenço aqui.

Não lá em cima, não lá fora. Nem sei se mesmo cá dentro. Mas sei que tenho de continuar a voar para não esquecer o meu lugar...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Apenas uma memória

Fiquei a pensar naquele "sabes que sim". Fiquei a pensar por que a tua mão não veio de encontro à minha pele, no porquê de ser sempre eu a ter falta de ti. Fiquei a pensar no que faço aqui. Nenhum de nós sabe. Nem tampouco o porquê de continuar. Já sabia que não tinha o lugar que queria. Apenas quis sonhar um pouco. Uma vez mais. Já está. Sonhado e acordado.

Sou visceral. Violentamente visceral. O suficiente para conseguir erguer-me do nada e seguir em frente. Sem mais explicações ou dilemas. Descompenso a não presença ausentando-me donde nunca fiz falta e onde nunca estive ou pertenci. Reconforta-me a ideia de não se aperceberem da minha ida. Sinal de que estava visceralmente certo.

Queria que não tivesses mundo. Queria que fosses só meu e eu só teu. Queria apenas o sonho que tive. Sei agora que não passa disso, de uma mera divagação do meu inconsciente. Mas queria que não tivesses em ti os mesmos fantasmas que tento esquecer, aqueles dos quais fugi tempo demais.


Queria um mundo que apenas acontece nas memórias que nunca consegui chegar a construir. Queria um sonho, aquele, aquele que existe nas recordações que me deste. Queria... queria tudo mas já não quero nada.

Nunca exististe afinal, porque pertences a um mundo que já esqueci, sem sequer me ter lembrado. Não passas de uma memória, uma memória que nunca vivi...


P.S.: texto descontemporâneo, desfasado da realidade no tempo. E possivelmente em tudo o resto!

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Blind.



Porque a realidade por vezes deixa de ter sentido e nem sempre os sentidos conseguem ser reais.