sexta-feira, março 31, 2006

Proud



Costumava chegar a casa e pensar no que realmente tinha feito em virtude do futuro ou então naquilo que ia ficar marcado no passado. Hoje em dia, deixei de pensar nisso, deixei de marcar e de deixar marcas.

"Sou um Marco na tua vida!" - era este um lema de vida, existir para outros, fazer pelos outros, estar pelos outros. De repente esse meu mundo desabou; as pessoas deixaram de lá estar e não mais precisaram ou quiseram marcos desses. E, num ápice, o meu mundo ruiu. Um mundo que era feito de, com e para outros.

Agora que me reconstruo, da forma mais lenta que algum dia imaginei que pudesse vir a fazer, não pretendo isolar-me, não pretendo não precisar de ninguém. Pretendo chegar a casa todos os dias e pensar:

"- Afinal, por que valeu a pena viver o dia de hoje?" Quero orgulhar-me de viver e de conseguir ser e fazer alguém feliz!

E tu, fizeste alguém feliz hoje?

quarta-feira, março 29, 2006

E agora?

"Repetes-te!"

Disseram-me isto sem intentarem que eu mudasse. Apenas porque me achavam demasiado o mesmo. Coisa que antigamente não acontecia. Antigamente diziam para parar de mudar. Acho que nunca ninguém está contentado, nem nós, nem os outros, com eles ou connosco.

Mas isso deixou de me incomodar. Não mudo pelos outros nem tampouco por mim. Mudo quando tenho que mudar, inconscientemente. Agora não me desgasto com as minhas incompatibilidades com o mundo. Se não me encaixo agora, mais tarde ou mais cedo irei fazê-lo, neste em que vivo ou num outro qualquer.

Eu sou a limitação de mim próprio e não me pretendo castrar mais. Quero voltar a abrir as asas e encontrar-me algures por aí. Encontrar-me em quem gosto e no que gosto. Não me iludir com esperanças vãs que crio a partir de nadas. Não pretendo não criar expectativas, mas não posso exigir demais de quem não pode dar tanto. Nem todos são como eu, nem todos são eu.

Não sei como, mas sei que haverá um novo agora...

segunda-feira, março 27, 2006

Epifânias

Há dias em que aprendemos muito mais que em anos... Tive um desses, há pouco, muito pouco.

Há alturas em que não precisamos de nada a não ser de alguém que nos ouça sem termos que pedir. No outro dia, ouviram-me. Não escutaram, ouviram como quem está interessado, realmente interessado, naquilo que se diz. E ensinaram-me.

Ensinaram-me a ver-me com outros olhos, com outra perspectiva. Fizeram-me ver que tudo pode não ser tão mau como vejo, ou que deveria ver tudo como algo um pouco melhor.

Às vezes isto acontece. Temos epifânias sem as prevermos e sem estarmos à espera que aconteçam. O importante é percebermos não só que elas existem mas aquilo que significam.

Toda a minha vida vi os combóios a passarem e eu ficava na estação, como que a ajudar os que chegavam a embarcar em mais uma viagem. Eu? Eu ficava sempre em terra, sempre no mesmo sítio a ajudar nas transições sem nunca evoluir, a ganhar raízes pensava eu. Mas não! Não criei raízes pois as minhas terras estavam sempre a partir, sempre a mudar... e então entorpeci!

Agora sinto que, inevitavelmente, chegou a minha hora. Há dez anos que temo esta altura. Há dez anos, não me custou mudar. Há dez anos sabia o que me esperava. Agora, o vazio é grande e o salto é para o desconhecido. Agora, não tenho rede sob a corda... Mas, não posso continuar nesta estação. Apesar do tempo, ao contrário do que esperei, há cada vez mais estranhos!

Segue-se o futuro...

terça-feira, março 21, 2006

Tear drops...

Não quero chorar. Digo isto sempre que as lágrimas me tocam as pálpebras. Pára digo eu. Não andes mais, não sejas mais. Não venhas hoje, nem agora. Não continues a correr, nem desças mais. Não me toques a pele da face nem humedeças os meus lábios. Não chores digo eu. E não obedeço. Sem motivo, sem razão, sem porquê os meus olhos entristecem-se e a minha alma liberta parte da amargura que dia-após-dia vai crescendo dentro de mim.

Tento sorrir como ontem sorri. Tento respirar fundo como respirava antes de estar sufocado pelo mundo, pelo meu próprio mundo em que castro a liberdade de pensar-me feliz. Aos poucos, tento reencontrar o meu caminho. Seco as lágrimas e abro os olhos para seguir os meus próprios passos. E recomeço a andar.


Outros recomeços. ..

Enebriado faço um balanço do que tem existido na minha mente ao longo das muitas últimas batidas do pêndulo do meu relógio de vida.

Aprendi muito hoje. Quando deixamos de estar sós e falamos e ouvimos quem nos quer bem aprendemos. Aprendemos vida e percebemos como afinal outros nos olham. E vejo que não sou tão aquilo que pensava ser, que tenho mais motivos para uma auto-estima aceitável do que para este caco deixado outrora por uma alma minha que se esvaiu em desgraça por não ser capaz de se olhar...

"Sou um rio que não pode desviar as suas águas por um mero fascínio das margens" - dizem. Sou alguém em constante movimento, em movimento interno. O movimento impulsiona-me. Hoje. Hoje sinto-me capaz de perceber e sentir isso. Mas, é passo a passo que se chega ao destino.

"Uma viagem de mil milhas começa com um primeiro passo!" E eu sinto-me a aprender a andar... Mas, no início, há limitações físicas, há hábitos que se têm, há rotinas. No início existe aquilo de que fugimos e que esperamos já não existir no final da jornada. No início existem ilusões, sonhos...

O que nos espera no final?

quarta-feira, março 15, 2006

"Ugly"

When I was seven
They said I was strange
I noticed that my eyes and hair weren't the same
I asked my parents if I was OK
They said you're more beautiful
And that's the way they show they wish
They had your smile
So my confidence was up for a while
I got real comfortable with my own style
I knew that they were only jealous cos

People are all the same
And we only get judged by what we do
My personality reflects me
And if I'm ugly then
So are you
So are you

There was a time when I felt like I cared
That I was shorter than everyone there
People made me feel like life was unfair
And I did things that made me ashamed
Cos I didn't know my body would change
I grew taller than them in more ways
But there will always be the one who will say
Something bad to make them feel great

People are all the same (...)
People are all the same (...)

Everybody talks bad about somebody
And never realises how it affects somebody
And you bet it won't be forgotten
Envy is the only thing it could be

Because people are all the same ...

(by Sugababes)