segunda-feira, julho 15, 2019

Era este um passo que pensei darmos juntos. Apenas não sabia que o daríamos para horizontes distantes... Talvez te encontre do outro lado do mundo, se me quiseres. Esperei não mais voltar a escrever, esperei não mais voltar a derramar o sal de mim. Esperei não mais sentir e, contudo, eis que entraste na minha vida... Sorri, por fim, voltando a acreditar que isso iria ser possível de novo. Chorei, de novo, acreditando que mais não estou destinado senão a ter que deixar de acreditar.
Quero ser feliz. Tenho medo de o ser a teu lado por poder deixar de sorrir quando acordar do sonho que me fazes sonhar. Acordo todos os dias a pensar que já não estou só. Deito-me à noite sem saber por que me deito sozinho. Espero que me leias um dia sabendo quem sou, não apenas quem tento ser.
Fazes-me falta. Hoje, ontem, e espero que amanhã também. Pediste-me para ser teu. E eu dei-me. Vês em quem me tornei por ti? Talvez não, eu sempre escondi tanto de mim. Mas não a ti. A ti, mostro-me com a mais genuína pureza que tento ter.
Lancei as primeiras letras há metade do nosso tempo. Não sei quanto tempo ainda há. Não sei quanto tempo durará o nosso "momento". Não sei quanto tempo durará o nosso o futuro. Não sei de nós. Mas preciso sonhar, preciso acreditar na ilusão de que não há data, não há limite. Desculpa se não te faço feliz, mas eu tento muito, tento mesmo. Mas quando olho ao espelho, penso se vejo o único que está a tentar. Não acho. Já vimos coisas diferentes onde estava o mesmo. Eu tento ver pelos teus olhos mas talvez não saia dos meus. Achas que sais dos teus?
Se gostava de não ter receios? Gostava. Se a minha história me possibilita essa inconsciência? Não sei. Mas não queria ser indiferente ao nosso estado. Quando deixar de me preocupar connosco, deixo de me dar. E perco-me de nós. O conceito de amor não deveria ter data de validade, não devia viver de "bons comportamentos". A confiança tem que existir nas atitudes mas também nas expectativas.
De que serve amar quando, para nos amarem, nos magoam mais do que a solidão? De que serve querer amar quando, tão prontamente, nos abandonam sem mágoa ou sem remorso, e sem razão? Por que não se ama já como outrora? Por que sofro tão só? Por que acredito ainda?
Quero desistir. De tudo.
E assim fiz. Desisti. Não de tudo, mas de ti!