quinta-feira, dezembro 29, 2005

As festas... primeira parte!

Ando há dias, demasiados dias, a pensar o que escrever nesta altura dita natalícia. Para muitos, a ilusão de que tudo pode ser belo ainda existe. Outros há que se remetem ao sentido da hipocrisia e do vazio que em todo o lado e todos os dias vemos mas temos tendência de ignorar.

Eu não pretendo ser tão dogmático. Eu, na realidade, não pretendo nada. Pretendo apenas encontrar o meu lugar. Não só nesta época nem só neste local. Em tudo.

As pessoas presenteiam-se, a elas, a quem gostam e muitas vezes a quem não gostam também. Fico feliz por não ter tido que executar a última tarefa.

"Feliz"! Há tanto tempo não me sentia capaz de utilizar esta paralvra para mim próprio. Certo é que tomei uma de muitas decisões para o Novo Ano. Não mais pretendo deprimir e sentir-me o fundo de um poço que não vê a luz. Não mais quero estar a chorar por tudo e por nada, não mais conto criar desilusões. Vou viver, da melhor forma que for possível, e não da forma como nos últimos tempos pensei estar disposto a.

Quero acordar, todos os dias de manhã, com coragem para sair ao mundo e sorrir-lhe. Tratar o karma de uma forma positiva. Fazer a minha vida antes que ela me faça a mim. Quando vou na rua e sorrio, inocente e ingenuamente, com ou sem intenção de fazer outro sorrir, isso acontece, há quem sorria só porque sorrimos! Por que não há-de a vida ser assim também? Por que não há-de a vida ser iluminada, sempre, se nós a acendermos pela manhã?

Começo agora a fazer a minha lista de desejos para o novo ano... um já está! E mais um outro ou alinhavados ficaram. Entretanto, há que pensar nos que faltam :)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Acordei e comecei a andar.

Acordei, num tumulto de emoções, despertei do marasmo a que me havia votado.

Acordei, com lágrimas compulsivas irrompendo da minha alma sem que pudesse pará-las e sem que pudesse dizer porque as havia. Apenas sentia uma falta de ar sufocante ao som do timbre de Montse, relembrando uma Diva de outros tempos.

Diz-se que Callas casara com o sucesso e que no dia em que este falhou ela sentiu-se tão só que não mais recuperou. Acho que comigo aconteceu o mesmo, algures perdido nas memórias esquecidas do meu passado. Hoje, nada mais reconheço que fracassos, amorosos e emocionais, desapontamentos de ilusões criadas e recriadas de tempos em tempos, como que para justificar a minha vã existência. Sempre preferi a morte ao fracasso.

Quis o destino que até na morte fracassasse. Resta-me dar morte aos meus fracassos. Sinto-me, aos poucos - e porque novos ouvidos surgiram, novas coragens despontaram e novos mundos querem sorrir - com um pouco mais de vontade.

Um pouco mais é já muito, é um enorme passo. Porque todos os caminhos, todas as grandes jornadas, por maiores que sejam, não deixam de começar com um pequeno, um pequeno e singelo passo.

Acho que apenas posso agradecer a quem ainda não desistiu de mim, a quem recomeçou a acreditar e a quem ainda tem insanidade suficiente para esperar algo de mim! Obrigado.