segunda-feira, julho 10, 2006

O tempo corre parado...

Falta um mês, menos... Faltou mais, já custou menos...

Inconscientemente tenho em mim toda a noção daquilo que não voltarei a ter. Tenho a certeza que não volto a sentir o mesmo, tenho a certeza de que não volto a sentir da mesma forma.

Não quero o que não tive, não quero voltar àquilo que nunca na realidade foi meu. Iludi-me tempo a mais, durante demasiado tempo. E sei o quão triste é chegar a este ponto, a toda uma descrença que me invade de modo centrífugo, até me preencher todo e qualquer espaço deixado livre por momentos de outros tempos. Dói pensar que afinal não passámos de uma mentira, dita todos os dias por alguém que ainda não sabia amar... Dói saber que não passámos de um aquecimento para a vida real. Dói, dói muito ficar assim sozinho quando se tem tanto para dar.

Já não sei amar de novo. À minha volta cada vez mais encontro um mundo que não quero. Perdi não só a esperança como a vontade de a ter... Digo isto todos os dias, digo isto há demasiado tempo, demasiadas vezes. Estou cansado, e quem me rodeia também estará certamente. Não pretendo dó ou piedade, não quero mesmo nada na realidade. A vontade de desaparecer é que é constante, em cada passo que dou, ao subir a calçada ou simplesmente parado numa varanda a sentir a brisa do céu. Queria apenas ser o meu próprio sonho, que acaba quando o dia nasce e os olhos abrem.

O tempo não pára, infelizmente. O tempo corre. Mas eu, eu continuo parado a ver a minha vida a não querer fugir de mim.

domingo, julho 02, 2006

ao som de "Lonely girl"

Penso nestes últimos dez anos. Penso na dimensão da infelicidade que se apoderava de mim quando era feliz. Acho que sempre me soube enganar, ao mesmo tempo que iludia dois mundos: o que me rodeava e aquele que eu criava na minha imberbe psicose. (É tão mais fácil lidar com as coisas que não queremos quando somos capazes de não lhes atribuir toda a importância que afinal não sabemos se realmente têm.)

Sinto que me amaram, quando o fizeram na realidade. E só não o fez quem realmente eu não percebera que não o estava a fazer. Acho que o mais enganador de todos fui sempre eu, ao acreditar em algo que nunca me haviam prometido.

Dez anos passaram, os piores da minha vida. Que afinal foram tão maus como os dez anteriores.

I'm just lonely...

sábado, julho 01, 2006

Dying death...

Caem as lágrimas, uma após a outra, atrás dos cacos dos meus fracassos, atrás dos cacos de mim! Continuo como sempre hei-de estar, aos poucos a esvair a esperança de me sentir um pouco mais feliz.

Apenas choro, sem saber porquê. Sem conseguir parar toda esta convulsão de sentimentos que se apodera daquilo que outrora restou da minha alma. Tento morrer, tento matar-me a cada dia que passa, para que lentamente vá deixando de existir, de ser, de sofrer. Apenas mais um fracasso de mim...