terça-feira, maio 23, 2006

ü/ñ

Tenho saudades. Tenho saudades de quando as coisas eram assim, de quando sorria com o olhar e não havia sombras no meu coração. Tenho saudades de criar amigos, tenho saudades dos meus amigos. Tenho pena de tudo o que já perdi, tenho pena de ter perdido. Queria voltar atrás, queria ter o que tive, queria... afinal é esse o tempo do verbo. Queria mas não quero, porque sei que não volta, porque sei que se voltar já não será igual.

Mas gostava de ter este sorriso ao dar um abraço! Mas não tenho a mesma inocência...

Por que nos leva o tempo e a vida aquilo que nos é precioso? E mais do que isso, por que nos transforma neste ser em que nos tornamos que rejeita o presente, teme o futuro e nostalgia o passado? O sol brilha lá fora e apenas a custo, apenas racionalizando, o consigo sentir. Já não me arrepia a pele. Apenas está lá, lá fora... E, antigamente, estava no meu olhar e no meu sorriso... e nos abraços que dava!

segunda-feira, maio 22, 2006

... esperas do corvo!

Os dias não passam de sucessões de imprevistos...

Não cries expectativas, nunca. Nunca esperes nada! Tudo o que o destino nos dá, dá por gozo. Tira-nos aquilo que gostamos quando mostramos gostar. Dá-nos aquilo que sabemos não poder ter.

E assim, sinto-me sempre o abutre, à espera de algo que não é bom para mais ninguém. Como um corvo, auguro má sorte. Para mim e para quem me rodeia. Mas já me habituei à ideia...

Não mais quero estar triste. Apenas me consciencializei do meu fado e abracei-o como sendo meu. A corda não é para mim, mas deverei ser eu a puxá-la! Não se atravessem, é melhor escolherem outras sortes... e outras madrugadas!

quarta-feira, maio 03, 2006

Mais uma.

Tenho um novo sorriso, um novo alento... A culpa é do destino, ou das "casualidades", porque me recheia a vida de novas esperanças.

Consigo vislumbrar agora um pouco de raios de sol nesta vida demasiado pacata e cinzenta. Até mesmo no meu passado encontro motivos de orgulho e de sorriso.

Espero que não seja apenas uma mera estação do ano que antecede um no Inverno, mas estou a gostar, a viver e a sentir este despontar de Primavera em mim...

Tenho estado remetido ao silêncio talvez por faltarem sentimentos para expor ou palavras para os descrever. Mas ainda estou vivo, o coração foi batendo lenta e tenuemente ao sabor do ponteiro, os pulmões foram insuflando sem dispneia, a alma esteve dormente. Por vezes há tempos assim, em que paramos para pensar e para fazermos as devidas introspecções. Mas eu não fiz nada disso, apenas me deixei estar.

Até agora. Novo fôlego! Estou cansado destes "repentes", destes acordares inúteis. Mas espero não ter que voltar a adormecer num sonho claustrofóbico de solidão indesejada. Espero que esta seja a minha última tentativa, pelo menos até completar a terceira década. Se correr bem, melhor. Senão correr, que eu tenha aprendido com ela!