terça-feira, agosto 30, 2005

Dia de aniversário

Sim, eu sei que não escrevo há muito tempo... talvez seja das férias ou de sentir que não tenho nada para escrever porque tenho falado imenso, ao vivo...



Finalmente o dia do meu vigésimo sétimo aniversário chegou! Estava à espera ha muito tempo; nunca gostei muito do número 26 e não! Assim, é três ao cubo, e se somarmos os dois dígitos, é três ao quadrado, dois e sete são primos... são imensas as brincadeiras que podemos fazer com os números, com estes números... Acho que os considero um bom auspício, um sinal de fortuna e boa sorte para este ano que começa agora!

O dia não foi nada de diferente daquilo que os outros têm sido até agora... Bem, o jantar foi algo em família, ainda que de uma forma discreta. Restava a noite. Também nada de especial estava programado. Um chá acompanhado por alguns amigos e pouco mais.

Mas, a noite correu bem, inesperadamente foi correndo e os amigos sempre ao lado. A companhia boa e fomos pela noite e a noite foi inesquecível. E os amigos também. Há muito tempo que não tinha um dia de anos assim, fantástico e não planeado.

Os meus último aniversários foram apagados da memória... Nem quero voltar a pensar naquilo que puderam ter sido. Embora tenha planeado festejar com os amigos todos alguns dias mais tarde, apercebi-me que foi uma festa de aniversário como que por surpresa! E adorei!

Obrigado amigos! Até sábado e até para o ano porque quero mais! ;)

quarta-feira, agosto 24, 2005

Tenho saudades!

Tenho saudades, saudades de ti avó... e de ti minha avó. Ambas lindas. Ambas amei. E ambas perdi, quando já tinha a percepção suficiente para compreender o sentido da perda. E sinto saudades, de quando em quando, não quando me recordo, mas apenas quando não consigo esquecer.

Não sei o porquê do saudosismo repentino, mas sei que sinto, muitas saudades... Talvez porque daqui a dias todos recordaremos a data no calendário, ou simplesmente porque não te consigo esquecer e queria que aqui estivesses para me veres acabar isto que há tanto comecei...

É estranho, nem sequer saberes no que me tornei! Mas, acho que isso também ninguém sabe realmente... Talvez eu não fosse assim se aqui estivesses, talvez eu não me tivesse tornado nisto que sou se tivesses sempre estado...

Se fôssemos outros, estaríamos juntos talvez, estarias comigo doutra forma que não esta, longe aí, ou demasiado perto cá dentro...

E as lágrimas caem, compulsivamente porque não sou quem gostarias que tivesse sido, porque não me tornei em nada mais que uma desilusão para os teus... até para mim, por vezes penso... Mas a vida tem destas coisas, testa-nos e nós chumbamos, testa-nos outra vez e continuamos a chumbar, mesmo que as perguntas sejam as mesmas, porque afinal nós nunca descobrimos a verdadeira resposta...

Já muitas foram as vezes que desejei que estivéssemos juntos, embora talvez mais vezes eu contigo que tu novamente comigo... Mas, mesmo assim, não sei se saberias quem sou se me visses... tanto é já o tempo da tua partida...

Espero que estejas bem, crendo que ainda por aí estás... Eu por cá vou-me lembrando, de não me esquecer!

quarta-feira, agosto 17, 2005

Paixões...

Na vida as paixões tendem a ser fugazes, vão e vêm, surgem como desaparecem, rápida e indolormente... Por isso são paixões. Frequentes no Verão, é certo, mas comuns ao longo das várias estações.

O problema das paixões reside no facto de não nos limitar: podemo-nos apaixonar simultaneamente, duas vezes, ou três, ou mais... vamos correspondendo a hormonas até que alguma delas se concretiza, em algo, em compromisso e aí, pelo menos eu, não cedo, pois sou fiel, quanto mais não seja a mim e ao meus princípios... e deixo aquela paixão evoluir até ao ponto que puder.

Apaixono-me não apenas por pessoas, mas por coisas, por momentos, por sons, cheiros e sensações... apaixono-me todos os dias, uma vez ou muitas... E acho que é isso que me faz sorrir: haver constantemente na minha vida aquilo pelo qual eu me posso apaixonar e me apaixono...

Tal como eu descobri que a vida tem tanto de bom, gostava de fazer com que o mundo todo percebesse isso... Mesmo nas adversidades e nas dificuldades há sempre algo que nos faça sorrir, nem que seja uma vez, por um segundo, numa imensa eternidade de escuridão...

Uma das minhas paixões é esta: escrever. Bem ou mal, bonito ou feio, interessante ou não, aquilo que escrevo vai resultando das minhas paixões a cada dia que passa...

Mas, quando há paixão, corremos o risco da desilusão... aos poucos aprendemos a lidar com ela, a dizer-lhe adeus mais rapidamente e a esquecê-la, ainda que por vezes também àquilo que a originou. Para mim tornou-se fácil esquecer. Esqueço coisas e pessoas sem, no entanto, estar mentalmente doente com alguma degenerescência neurológica.

Apenas esqueço aquilo que deixou de me fazer sorrir...

Dor

Era já de noite, agora quando regressava a casa, a pensar na minha vida e a olhar para o meu umbigo quando vi uma mulher, de faces marcadas e rugas profundas que lhe revelavam mais anos que aqueles que havia efectivamente vivido...

Trazia consigo um saco de compras, de plástico, daqueles que trazemos novos de qualquer superfície comercial. Mas, ela não estava em nenhum desses locais elegantes e iluminados, repletos de extras que não precisamos. Estava a recolher os despojos de quem muito tem e nada quer, estava a aproveitar aquilo que muitos acham já não ter utilidade...

À medida que me cruzei no seu caminho estava a afastar-se e olhou para mim como nunca ninguém olhou. Olhou-me com palavras naqueles olhos lavados em dor e em vida.. Olhou-me como quem diz "é o que posso", não foi "é o que quero" nem nada semelhante...

E perco-me eu em pequenas minhas misérias,em pequenos nadas que me atormentam quando afinal olho à minha volta e tenho tanto... Queremos sempre a galinha da vizinha e não reparamos que a nossa também tem as penas todas e cresce vigorosa...

É nestes encontros da vida que duvido que seja "Insensível" como gostaria de ser... Só consigo sentir dor, principalmente este tipo de dor, dos outros, de quem sofre sem ter opção...

E depois não consigo esquecer a dor das palavras nos olhos daquela mulher...

E caio a chorar, como há muito não o fazia. Choro, mas não por mim... Também não choro por aquela mulher. Choro por haver muitas palavras como aquelas, em muitos outros olhos... choro por ela já não saber chorar.

Afinal, há lágrimas que são luxos! Como as minhas...

terça-feira, agosto 16, 2005

Grafologia

Acho que quando escrevo em papel, à moda antiga quase, sou assim:

"A inclinação de sua letra mostra que você tende a ser uma pessoa extrovertida, sociável e afetuosa. A ligação de sua letra revela organização, raciocínio lógico e razoável capacidade de adaptação. A direção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas quotidianas. A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio. As áreas valorizadas na sua escrita destacam vigor físico e sexual que se refletem na grande habilidade de expressão corporal. A forma de sua letra demonstra sinceridade, capacidade de adaptação, espontaneidade; sensualidade."

Grafologia

Vale a pena visitar... é como os horóscopos: não acreditamos mas temos curiosidade!

segunda-feira, agosto 15, 2005

Saudades da outra semana

Sentado com os pés fora da tenda olho para a caruma à minha volta e atento-me às gargalhadas e às conversas de pessoas alteradas pelos consumos. Sinto-me outro, diferente, por estar ali de outra forma e à procura de algo diferente. Ou simplesmente sinto-me diferente por estar à procura.

Perto da terra, próximo das raízes e a sentir a brisa que percorre o espaço entre os pinheiros, procuro os ténues raios de sol que me aquecerão o corpo, algumas horas mais tarde, impulsionando-me para a água.

Olho à minha volta e sorrio à solidão, digo-lhe olá e pouco depois adeus, e volto a estar sozinho, sem ela e sem ninguém... E deito-me ao sol, despojado de roupa e de sensações que não a paz de ali estar, ali, como há tanto ansiara... E deixo-me ir, a sentir aquela mão quente a pecorrer-me a pele e a mudar-me, por fora e por dentro, para agora e para depois. E recomeço. Ou não? Não consigo definir porque a cada início, a cada renascimento, apago e esqueço parte do que deixei para trás.

Sem me aperceber, horas haviam passado, comigo entregue e comigo a sentr-me um novo. Bem. Sentia-me mesmo bem. Ergui-me, visitei a água e regressei à sombra da sama reencontrando-me mais uma vez... Ali, não me perdia,mas a cada passo que dava e a cada lufada que inspirava encontrava-me mais e mais...

Ali sim, ali eu sou eu! Ou era...

Tenho saudades da outra semana...

Opções

Não sei o que fazer. Nem se devo fazer alguma coisa.

Nesta altura não pocuro ninguém, não tenho desejado nada que complete aquilo que não sinto estar vazio. Mas, têm aparecido pequenas peças a tentar completar este puzzle que não está incompleto. E sinto-me perdido...

Até que posso, conscientemente, querer permitir-me deixar ir outra vez, como em vezes que quase fui, mas não sei até que ponto irei agora. Sinto que já fui e voltei e não sei se posso ir mais. Deverei deixar o destino decidir novamente? Como quase sempre em toda a minha vida... Ou deverei eu perder tempo e esforço para optar, para tomar uma decisão que nunca saberei se será a mais acertada... Acho que isso tenho que decidir. Ridículo, não? Decidir se decido ou não!

Mas, tenho tempo... quando vir que não tenho outra alternativa ou que o destino ainda não se decidiu por mim, acho que então será o momento de tomar uma atitude e optar.

De volta ao trabalho

Inúmeras têm sido as vezes que me sento diante da escrita e não escrevo. Não estou deprimido para permitir que a minha dor possa fluir através dos meus dedos. Não me sinto particularmente extasiado para partilhar algo de fabulosamente especial... Sinto que estou parado, em mim...

Estou quase constantemente em casa, a tentar produzir algo que me garanta um futuro. Não o faço. No entanto, temo sair pois sei que lá fora também não produzo. Apenas ajudo a evoluir. E nesta fase não me posso dar a esses luxos. Eu, ou melhor, o meu eu tem que esperar para que finalmente possa terminar uma fase que há anos comecei.

Sinto-me de férias... esse é o mal... as férias! Habituamo-nos a uma rotina inexistente e depois não nos incutimos a ordem necessária a um funcionamento produtivo!

Tenho que encontrar a motivação para voltar ao trabalho. E para isso há que meter mãos à obra!

sexta-feira, agosto 12, 2005

Cantinhos e saudades.

Desde o meu regresso de férias que tenho passado grande parte do meu tempo em casa, espraiado no meu sofá... Talvez seja apenas preguiça, mas poderá ser algo mais.

Esta cidade não está preparada para mim... estou leve demais para tanto cinzento... e até o ar lá fora se torna irrespirável com tanto pesar nos semblantes de quem por mim passa. Que gente estranha... sempre carrancuda...

E quem, como eu, desliza na calçada de sorriso no rosto é olhado de lado como ser estranho, somente porque me sinto ou tento sentir feliz. Nem sequer se apercebem disso, apenas notam que não estou no mesmo estado de latência emocional.

Por isso, ao contrário do que antigamente seria costume, mantenho-me por casa. Nestas férias senti saudades deste meu cantinho... Nunca me habituei o suficiente à minha casa para dela sentir saudades... até agora, até ter querido voltar e sentir-me confortável no regresso...

Talvez parte do meu recomeço seja isso mesmo: redescobrir os meus cantinhos... e criar saudades deles.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Recomeço... ou não.

Aos poucos apercebo-me que é impossível recomeçar...

Num curto espaço de tempo, hoje foi a terceira vez que arrumei a fundo o meu quarto, encontrando sempre, de cada vez, muita coisa que pretendo deitar fora - e que deito - e muitas outras que deixo para deitar fora na limpeza seguinte.

Mas, hoje, fui radical... Foi quase tudo. Quanto mais não seja porque necessito de espaço para guardar as coisas que tenho vindo a comprar com aquilo que deixei de queimar em vícios... Mas, acima de tudo, porque há mesmo muita coisa que eu não quero.

Não quero cartas com falsas juras de amor eterno, não quero bilhetes de viagem que não me levaram a lado nenhum, não quero memórias de concertos e de festas que me deram um travo amargo... Isso foi tudo para o saco...

Mas, guardo novamente o bilhete do Louvre, como prova de que aquele dia, o dia mais feliz da minha vida, existiu...

E é assim que percebo que não se pode apagar um passado de um momento para o outro... Há coisas que estiveram connosco e que deverão continuar connosco sempre... O que temos que fazer é escolher que lembranças e que memórias queremos levar para o futuro... E eu faço isso todos os dias; faço-o com coisas e com pessoas...

E no futuro irei perceber se fiz boas escolhas neste presente que já é passado!

terça-feira, agosto 09, 2005

Sudoeste

Regressei, daquele que foi mais um ponto de viragem neste meu recomeço de existência.

As expectativas que tinha criado foram muitas mas não saí desapontado...

Nem sei por onde começar: se pela quantidade imensa de habitações que construí, se pelo local habitualmente escolhido para o fazer. Ou talvez pelo pavonear de corpos e mentes com outra disposição que não a cosmopolita à qual me tenho vindo a acostumar. O que é certo é que entre uma praia inundada de pessoas com propósitos idênticos e um canal que ninguém conhece bem a origem, a água existia para que nós nos pudéssemos a ela entregar.

Claro que há outras comodidades nos dias que correm, ainda não próximas às das grandes cidades - é o que nos vale - como carradas de chuveiros seguidos a espicharem água fresca aquecida pelo calor do sol alentejano... E depois, o regressar a quatro paredes demasiado estreitas entre elas e tentar vestir algo que não seja demasiado selecto, que mostre tendência geral de descontracção e relaxamento...

Entre tanta água e tanto sol, tempo houve para calcorrear várias zonas e fazer reconhecimentos tanto terrestres como pessoais... Reencontrar caras conhecidas, conhecer outras que mais tarde esperamos reconhecer, ou simples admirar de longe e eleger...

É então quando longe, longe de tudo do qual queria estar longe, sozinho mas não só, ao contrário do que sucedida antigamente em que a solidão me abraçava no meio da multidão, sinto a falta de alguém que não conheço, que nunca vi, mas que me preenche o espaço, cada vez menor, cá dentro... que há muito pretendia vazio...

O Sudoeste não serve apenas para nos encontrarmos ou para nos perdermos, para além do fim básico ao qual a quase totalidade de pessoas lá se dedica ouvindo músicas interpretadas ao vivo... Para mim, esta é a altura em que me equilibro...

Embora não traga novos objectivos, trago comigo a paz de espírito necessária para...

E já sinto saudades e começo agora a contagem decrescente para o próximo!