quarta-feira, agosto 24, 2005

Tenho saudades!

Tenho saudades, saudades de ti avó... e de ti minha avó. Ambas lindas. Ambas amei. E ambas perdi, quando já tinha a percepção suficiente para compreender o sentido da perda. E sinto saudades, de quando em quando, não quando me recordo, mas apenas quando não consigo esquecer.

Não sei o porquê do saudosismo repentino, mas sei que sinto, muitas saudades... Talvez porque daqui a dias todos recordaremos a data no calendário, ou simplesmente porque não te consigo esquecer e queria que aqui estivesses para me veres acabar isto que há tanto comecei...

É estranho, nem sequer saberes no que me tornei! Mas, acho que isso também ninguém sabe realmente... Talvez eu não fosse assim se aqui estivesses, talvez eu não me tivesse tornado nisto que sou se tivesses sempre estado...

Se fôssemos outros, estaríamos juntos talvez, estarias comigo doutra forma que não esta, longe aí, ou demasiado perto cá dentro...

E as lágrimas caem, compulsivamente porque não sou quem gostarias que tivesse sido, porque não me tornei em nada mais que uma desilusão para os teus... até para mim, por vezes penso... Mas a vida tem destas coisas, testa-nos e nós chumbamos, testa-nos outra vez e continuamos a chumbar, mesmo que as perguntas sejam as mesmas, porque afinal nós nunca descobrimos a verdadeira resposta...

Já muitas foram as vezes que desejei que estivéssemos juntos, embora talvez mais vezes eu contigo que tu novamente comigo... Mas, mesmo assim, não sei se saberias quem sou se me visses... tanto é já o tempo da tua partida...

Espero que estejas bem, crendo que ainda por aí estás... Eu por cá vou-me lembrando, de não me esquecer!

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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24 agosto, 2005 13:50  
Anonymous Anónimo said...

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24 agosto, 2005 14:00  
Anonymous Anónimo said...

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24 agosto, 2005 14:02  
Blogger Daniel said...

Fui espreitar e senti qualquer coisa quando li. Também eu conheço o que é perder uma avó, e nem há um ano foi isso. Mas já estou a mentir. Porque eu não posso perder algo que nunca foi nem nunca será meu. Cada pessoa tem o seu caminho, e chegada a hora é altura de retirar-se. Todos nós cumprimos o nosso trabalho, nós estamos aqui por algum motivo, não fosse isso e a vida não teria sentido. Queremos ter dinheiro, amantes, filhos, casa, carro, roupa lavada, ambicionamos estar realizados profissionalmente, saber muito sobre quase tudo, dar a volta ao mundo, descobrir alguma coisa que ninguém tenha descoberto, mas o que é que é realmente importante no fim? A vida é real se aprendemos com ela. E nós estamos aqui para descobrir isso e o nosso caminho. Para encontrá-lo e percorrê-lo. E depois disso, para trilhar os que hão-de vir (ninguém sabe ao certo quais são, não é?). Mas uma coisa é certa, as pessoas não morrem, a menos que as deixemos morrer. E se é verdade que ninguém é de ninguém, também é verdade que, se quisermos, podemos abrir o nosso coração a toda a gente. E aí todos estão sempre connosco. Estejam onde estiverem...

25 agosto, 2005 00:30  

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