Paixões...
Na vida as paixões tendem a ser fugazes, vão e vêm, surgem como desaparecem, rápida e indolormente... Por isso são paixões. Frequentes no Verão, é certo, mas comuns ao longo das várias estações.
O problema das paixões reside no facto de não nos limitar: podemo-nos apaixonar simultaneamente, duas vezes, ou três, ou mais... vamos correspondendo a hormonas até que alguma delas se concretiza, em algo, em compromisso e aí, pelo menos eu, não cedo, pois sou fiel, quanto mais não seja a mim e ao meus princípios... e deixo aquela paixão evoluir até ao ponto que puder.
Apaixono-me não apenas por pessoas, mas por coisas, por momentos, por sons, cheiros e sensações... apaixono-me todos os dias, uma vez ou muitas... E acho que é isso que me faz sorrir: haver constantemente na minha vida aquilo pelo qual eu me posso apaixonar e me apaixono...
Tal como eu descobri que a vida tem tanto de bom, gostava de fazer com que o mundo todo percebesse isso... Mesmo nas adversidades e nas dificuldades há sempre algo que nos faça sorrir, nem que seja uma vez, por um segundo, numa imensa eternidade de escuridão...
Uma das minhas paixões é esta: escrever. Bem ou mal, bonito ou feio, interessante ou não, aquilo que escrevo vai resultando das minhas paixões a cada dia que passa...
Mas, quando há paixão, corremos o risco da desilusão... aos poucos aprendemos a lidar com ela, a dizer-lhe adeus mais rapidamente e a esquecê-la, ainda que por vezes também àquilo que a originou. Para mim tornou-se fácil esquecer. Esqueço coisas e pessoas sem, no entanto, estar mentalmente doente com alguma degenerescência neurológica.
Apenas esqueço aquilo que deixou de me fazer sorrir...
2 Comments:
o teu post fez-me pensar tanto que se não te respondesse julgo que ficaria com o cérebro a latejar...
por isso decidi sair de casa esta noite, apesar do recolher obrigatório a que tenho de obedecer de estar em casa até às onze, só para vir até um cyber café onde pudesse pôr por escrito aquilo que as tuas palavras revelaram no meu interior...
ponto um, a discórdia: nem todas as paixões desaparecem indolormente. mas enfim...
eu sei que o blog é teu, mas deixa-me filosofar para aqui também...
tal como tu disseste tão sabiamente, as paixões são assim. coisas traiçoeiras que se vão esgueirando até à frente dos nossos olhos e da nossa alma para que um dia ao acordarmos tenhamos a surpresa, agradável ou não, de ter mais uma divindade no nosso panteão pessoal, mais uma razão para respirar fundo, mais um sonho para nos agarrarmos numa noite de trovões... enfim mais uma peça no nosso puzzle sempre inacabado do coração.
a minha paixão é a vida. soa a cliché, reles ainda por cima, eu sei... mas não há nada que faça sentido sem o resto do universo à sua volta. tudo tem a ver com tudo e vice-versa!
vá lá... admito que a música e a escrita fazem mais sentido que os outros todos mas sem o mundo para as partilharmos não fazem muito mais que originar um sorriso fugaz que ninguém mais viu e por isso se perdeu.
eu que o diga...
não me interpretem mal, eu adoro a minha solidão mas não posso viver dela.
mas como eu dizia, há tanta coisa na vida pela qual nos podemos (e devemos) apaixonar que podíamos todos viver idilicamente num estado de constante êxtase. mas não vivemos.
por causa das tais desilusões de que falas. mas eu, ao contrário de ti, aparentemente, ainda não aprendi a esquecer pacificamente, ainda não estou vacinada, não espero que o mundo falhe quando eu preciso dele.
não consigo aceitar que sempre que algo (ou mais concretamente alguém) me acelera mais o pulso esteja inevitavelmente condenada a chocar contra um muro a 1000 à hora.
mas as paixões são importantes. são o sabor dos sabores, como o sal da história infantil.
porta-te bem. apaixona-te muitas vezes e com força, que é a única maneira que vale a pena.
ah, é verdade, quanto à parte de não estares mentalmente doente e com degenerescência, não tenho assim tanta a certeza... :)
bxinhux do tamanho do mundo
espiroqueta
Estás bem treinada, estás, estás! Se não escrevesse o que escrevi, não sentirias o que sentiste nem terias dito o que disseste! Nem tampouco estaria aqui a perguntar-te se já alguma vez te disse que te adoro! Não? Mas, olha que é verdade...
Obrigado por tudo, por seres quem és e por estares aí, desse lado, quando não estás deste...
Que tenhas também tu inúmeras paixões e que encontres sempre na vida motivos para sorrires, sem ser apenas as "línguas de gato"!
Beijos do tamanho do mundo e um abraço maior ainda...
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