domingo, julho 24, 2005

Noites de sábado

As minhas noites de sábado têm sido cada vez mais estranhas… mas não posso dizer que têm corrido mal. Muito pelo contrário…

Sinto que tenho voltado às origens, ou pelo menos lá perto, ao regressar às cadeiras onde outrora me sentava, ao beber aquilo que antigamente não me deixava tão alegre.

As pessoas por vezes são repetidas, do passado ou no presente, mas em comum estou lá eu, eu e minha vontade de querer saber em que me hei tornado…

Sinto que aos poucos me esvaio de mim, para finalmente deixar de ser o que quer que eu próprio tenha criado. Aos poucos reorganizo-me sem nunca abandonar o meu próprio caos. Mas, ao perder-me, espero poder encontrar aquilo que já não procuro.

As noites de sábado podem servir não só como uma forma de expiarmos tudo aquilo que se deposita nos nossos ombros ao longo da eternidade que passou desde aquela outra última noite como serve para nos vermos, aos poucos, à medida que os licores se apoderam da nossa alma. E é quando aí nos vemos que sabemos como somos e se temos o que queremos.

É aí que sabemos quem somos. E como somos.

Nesta última noite de sábado disseram que, quando somos crianças, queremos ter profissões aventureiras como ser bombeiro ou astronauta. À medida que crescemos, quando nos voltam a perguntar o que queremos ser quando formos grandes, dizemos que desejamos profissões de respeito e renome como médicos ou gestores. Ontem disseram-me que quando já somos grandes apenas queremos ser felizes.

Mas, eu não quero ser feliz. Se o fosse deixaria de ter por que viver. Eu apenas quero saber quem sou… ou se apenas posso ser aquilo que a minha essência dita ser…

Agora, que já sou grande, eu apenas me quero a mim, a mim e às noites de sábado…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não há nada que se compare à recompensa do auto-conhecimento e crescimento interior, a (re)descobrirmo-nos, ao fortalecimento do amor-próprio e auto-estima, pois não? Faz-nos sentir destemidos, com força para enfrentarmos tudo e todos...
Gostei muito da tua escrita. Confesso que estou roída de inveja!! ;)

27 julho, 2005 11:27  

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