Férias...rápido!
Ou é do cansaço ou da ansiedade das férias mas a paciência cada vez é mais rara e se esgota mais depressa.
Até pode ser do meu mau feitio que muitos dizem não ter, ou apenas pelo facto de eu achar que há mais na e da vida do que aquilo que parece a uma primeira vista pouco esforçada, mas estou farto do quotidiano que ando a manter.
A cada dia que passa tento reinventar-me e recriar o que me rodeia mas torna-se difícil quando tudo se assume como dado adquirido e nos apercebemos que todos se conformaram à ignobilidade da inacção.
Pretendo-me apenas outro que não todos os outros que já fui, outro diferente e não uma mistura de tudo.
Sinto que a vida para mim tem sido mesmo um palco sem que eu saia dele embora a plateia que assiste às minhas peças esteja constantemente a alterar-se. De tal forma que nunca me conhecem como o actor mas apenas como um dos personagens que eu interpretei. Daí que ninguém me conheça e ninguém saiba quem eu sou. Daí que ninguém compreenda que mudei de guião e assumi nova personagem.
Seria bom que uma metáfora fosse mesmo uma vida. Era mais fácil para eu me fazer compreender se pudesse dizer: vem ver-me de novo ao palco. Mas, não posso. E não sei se hoje em dia alguém me veria. Seria apenas mais um monólogo para uma imensidão preenchida pelo vazio como todo e qualquer dos meus dias sempre…
Poucos foram os tempos em que não estive só. Mesmo quando alguém se fazia sentar ao meu lado, ou mesmo se deitava no mesmo leito que eu, eu sabia que não estava lá comigo e que no fundo se estava a fazer acompanhar por um estranho: eu! Que nunca foi quem supunham que eu fosse. E, por mais lhes dissesse, nunca compreenderam nem nunca viram que eu não era aquela ilusão que lhes mostrava nem tampouco a ilusão que eu lhes propunha ser.
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