segunda-feira, agosto 27, 2007

Fastio

Para quê? Para quê perder-me na imensidão de um corpo que não é o meu? Porquê crer em limites que não me pertencem e que eu não controlo. Páro, em paz, num silêncio meu, imposto por mim às investidas de quem não me conhece. Silencio-me, de novo, tentando escapar às minhas próprias tentações. Esqueço. Esqueço que sou humano de carne e osso para não me perder de novo. E é entao que páro. De vez. Parei para não ter que ir. Para não ir onde já não quero estar. Passo do cansaço ao tédio. Termino-me no fastio de quem não evolui, agora, para já. Espero. Espero por mim, apenas por mim.

terça-feira, agosto 21, 2007

Circular

Na ilusão das gotas perco os sentidos, confiante no tempo que ousa passar lentamente sob o penar dos meus pensamentos! Respiro porque tenho de o fazer, constrangido a uma rotina entediante, limitando as asas do meu vôo ao sonho imberbe da inocência esquecida no passado. Mudo para me encontrar igual, abro as portas do meu caminho para o encontrar despojado de alma. De que vale tal ousadia? Para que serve tamanha audácia? Para tentar irromper o inquebrável círculo de desilusões que se apoderou de mim outrora? Não desisto, mas deixei de acreditar na vitória. Alio-me àquilo de que fujo para me vencer. E assim estou: no fim de mais um círculo.

domingo, agosto 12, 2007

Passos.

Evoluo para uma sociopatia por não saber encontrar o meu lugar, por não saber quem sou nem o que quero. Torno-me no menor mal de mim. Contenho a esquizofrenia que me vai na alma para alentar o que resta do meu ser. Pelo licor da seiva de plantas existentes no meu hemisfério imaginário deleito-me suavemente na esperança de encontrar a paz que desisti de procurar à minha volta .
...
A passo largo termino esta meta. Cumpro um objectivo ao qual não me propus. Volto atrás e revejo tudo aquilo que outrora fiz e que hoje desejo não ter feito. Páro. Agora páro. Porque estou cansado de ser eu e de que os outros achem que sou menos que tudo o que me rodeia. A auto-estima cria-se, nasce aos poucos de dentro de nós. Mas aqui há uma grande, senão completa, necessidade de anunciar uma castração ad libitum em breve.
...
A lanço e meio do fundo, a lanço e meio da superfície. De qualquer das formas sinto-me afundado num mundo que não quero. Não quero mais. Sei que não sou isto. Sou mais. Sou melhor. Sou diferente. Sou tudo isto sem que me saibam compreender. Quero fugir mas agarro-me à essência que sempre me fez sobreviver. Quero realidades paralelas para não ter que acreditar que esta vida é minha. Amo. Posso amar. Posso amar-te. Sabes quem és porque me amas também. A ti dedico estas palavras esperando que entendas que é por causa do sentimento que nos une que eu me vou constantemente afastando. Feliz estou por ter enterrado o passado. Sei que o fiz à custa de mim e daquilo em que acreditava, mas valeu a pena para poder, agora, estar livre, leve e limpo para ti. Sei que me amas. Deixa-me merecer esse teu amor. Deixa-me ser eterno contigo! Amas-me para sempre? E eu? Posso fazer-te o mesmo? Doi-me a ausência a que te forço. Mas sabes que é para que possamos estar juntos sempre. Não quero esta vida. Quero uma contigo!*