Depois dos duzentos...

Tenho vindo cá meramente pela saudade. Pela saudade de escrever, porque gosto de o fazer. Gosto de dar liberdade aos dedos sobre o teclado e deixá-los fluir. Não tenho muito para dizer nos tempos que correm, não tenho tido muito para sentir. Estou feliz por opção e quando estou feliz não me amarguro e não me deixo sentir aquilo que me move as mãos para aqui. Mas ouço músicas que me recordam os tempos em que aqui me escondia e então sorrio, ou choro, ou apenas sinto a pele toda a arrepiar-se por me lembrar do que foi aqui estar, do que aqui me trouxe. Penso muitas vezes que não estou arrependido de tudo o que me deixei sentir apenas pelo facto de me ter permitido ser genuíno. Mas também deixou cicatrizes que não hão-de passar nunca. Ficaram marcas que definiram muito daquilo que sou hoje e daquilo que hoje me permito ser. Mas a vida é assim, feita do que é.
Hoje, procuro escolher o que a vida me pode oferecer e procuro a felicidade. E sou feliz porque sorrio à manhã quando chega e à noite quando me deito, porque desta vez já não convido a solidão a entrar. Estou sozinho mas sem ela. Reconheço aquilo que ainda gostaria de ter no meu dia-a-dia mas não vivo a pensar que podia estar completo de outro modo porque não podia. Estou completo em mim e comigo. Tenho agora a vida que escolhi. Vivo agora com sensibilidade e bom senso. Vivo bem, vivo-me a mim!
Depois dos duzentos ainda cá venho, talvez para uns outros duzentos noutro prato da balança...