Tu

Queria ter o teu olhar, a tua doçura, a candura da tua ingenuidade. Queria ser assim, como tu.

Queria o meu passado, quero-te no meu presente, quero ver como tu. Quis-te a ti, toda a minha vida. Mais do que a qualquer outro ser. E vieste. E, pelo menos, tu não partes. Sinto-te quando me deito, sinto-te quando me levanto. Somos um. Finalmente, contigo sinto-me alguém.

Não espero por mais, talvez não possa esperar mais. Mas, se mais não vier, então espero saber que tive tudo o que sempre quis.

Quero-te sempre, sabes?

Regresso

Volto aqui, ao meu cantinho, tempos depois de uma ilusão de felicidade... Sorrio ainda, de novo, por ti, sempre por ti. Mas apenas por ti.

Porque deixo de ter outros sorrisos; porque afinal não os tenho tido. Iludo-me ao acreditar em mim, quando afinal só te tenho a ti.

Neste meu canto estás tu, de portas abertas para alguém. Quem? Terás escolhido já? Será a distância apenas um medo? Quem és? Diz-me que és tu...

Tu e a ti. Para mim?

Não era este o regresso esperado, nem ansiado, mas era o regresso previsto. Afinal, eu sou assim: este. Após o silêncio: a paz, a autonomia da palavra. O regresso ao meu canto. Meu. Só meu. E afinal teu também...