terça-feira, fevereiro 07, 2006

Incoerência... medo... incoer...

Não consigo dormir.
Revolvo-me na cama mas não adormeço. O sono não vem, os sonhos prefiro que também não apareçam! Sinto-me amorfo, mas sem o querer ser. Esta é a minha diferença do meu outro eu.

Não me quero resignar, apenas não encontro é saída. Sinto-me uma sombra perto do que já fui. "Onde estou eu?" - surge a pergunta!

Percebo que os meus dias estão preenchidos de incoerências. Quem me preenche o espaço são, na sua maioria, estranhos ou fantasmas do passado que regressaram. E volto aos sítios onde já estive, revivo conversas de outros tempos e percebo que tudo mudou sem, no entanto, ser diferente.

Estou cansado, mas não consigo fechar os olhos e deixar-me ir pois não tenho para onde, não tenho companhia e não quero mais um lugar vazio a meu lado. Contudo, não acredito em ninguém o suficiente para que me acompanhe.

São apenas incoerências. Querer e ao mesmo tempo não querer, achar que não posso, achar que não devo, ter o pressentimento de que nada é como deveria ser. Vivo constantemente o dilema de acreditar ou não no mundo que me rodeia. São os sentidos a lutarem com o medo.

Sim: medo. Medo é algo novo na minha vida, como uma pequena criança com alguns anos apenas, mas que se apoderou de mim e me controla e domina, ou porque não sei lidar com isso ou apenas porque deixei que o fizesse.

Tenho medo de acreditar que posso fazer a diferença, como fazia outrora, na vida das outras pessoas. Tenho medo de acreditar que existam sentimentos por mim, porque sei que um dia irão desvanecer-se e eu sentir-me-ei mais uma vez só. Tenho medo de me propor a projectos que receio não cumprir nem completar. Tenho medo de fracassar, ou mesmo de ser um fracasso. Não me sinto triste e miserável, como já me senti. Apenas reconheci o medo que existe em mim. Medo de me olhar ao espelho e ver-me a fraude que temia vir a ser.

Quem diria que eu, ousado e arrojado como era há uma década, confiante e seguro, me tornaria naquilo que sou hoje! Uma incoerência fracassada.

p.s.: ainda tenho alguma energia para, timidamente, sorrir à luz do Sol assim como à da Lua, mesmo que apenas com um triste esgar, pois são as únicas coisas que sei que estarão sempre no mesmo sítio e nunca me abandonarão.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

estou aqui. pode não ser muito, nem tanto ou tudo o que precises, mas estou aqui. estou. :)

08 fevereiro, 2006 05:10  
Anonymous Anónimo said...

Desculpa invadir, mas sinto-me tal como tu. Adorei o post, identifiquei-me a ele até ao ponto final.

18 agosto, 2009 20:36  
Blogger insensivel said...

Sê bem-vindo! E obrigado por leres... Se quiseres, apresenta-te. É sempre bom encontrar quem sente como nós...

19 agosto, 2009 11:10  

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