segunda-feira, novembro 12, 2007

Le Petit Prince de moi.

Dizia a raposa para o Pequeno Príncipe: "Eis o meu segredo. Não vemos bem senão com o coração. O essencial é invisível para os olhos."
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Muito tempo na minha vida foi preenchido com a obsessiva procura de uma forma racional de estar, de encontrar a ausência de emoções num quotidiano funcional. Funcionou. Funcionou até eu permitir-me sentir, pela primeira vez. Desde então nunca mais parei de me deixar invadir por convulsões demasiadamente intensas de sentimentos contraditórios à minha original essência.
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E estava perdido. Perdido por não estar preparado. Mas acima de tudo por não saber lidar com as sensações, com aquilo que em toda a minha vida tinha mantido afastado de mim. Mas a raposa tinha razão. Não basta pensar. Mas tampouco basta sentir. É preciso viver. E isso implica tudo. Desde a alegria do sorriso que sinto a nascer em mim à tristeza da lágrima que há-de cair quando já aí não pertencer.
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É mais fácil falar quando se tem um "príncipe" ou quando se é uma "raposa", mas o importante é sorrir até se chorar.
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"C'est le temps que tu as perdu pour ta rose qui fait ta rose si importante."