Feliz
Escrevo, pela primeira vez em muito tempo, feliz.
Recordo a minha manhã no Deux Moulins, a tarde passada ao som do chilrear dos passarinhos que almoçavam as minhas migalhas enquanto me deliciava com o calor da brisa do Sena. No final do dia, as caretas à Mona ou o apertar da mão da Vénus. O dia: único. Eu: finalmente feliz.
Um lustro passou desde então e essa sensação, vivida ao fim de duas dezenas, havia durado apenas uma longa efemeridade.
Hoje estou assim, feliz por chorar. Feliz por teres começado a quebrar o gelo que construí em volta de mim para não deixar que a dor entrasse. Afinal, servia meramente para que ela não saísse. Estou feliz, nem que seja apenas pelo sorriso que me esperou esta manhã.
Eu sei, este mundo é de novo meu, o castelo está suspenso numa nuvem minha. Mas fica feliz por mim, e comigo, porque hoje, agora, independentemente da vida de amanhã, eu estou a sorrir por ti.
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