quarta-feira, novembro 14, 2007

Expectativas.

Quando deixamos de almejar as estrelas do céu, basta-nos o azul do horizonte. Mas depois deixamos de acreditar que flutuamos por entre brancas nuvens e chega-nos sorrir ao ver o verde que sai da terra e a sentir o cheiro da água que caiu ainda há pouco. E ao esquecermos que podemos ter a luz do sol a aquecer-nos o corpo, esquecemos a luz da lua a iluminar-nos a alma. Quando mais queremos partir é quando mais sentimos que temos que ficar. Disse adeus em resposta a um olhar perdido que não sentiu a minha despedida. Decidi ir para não regressar quando afinal não conheço outro caminho senão o que me leva de volta àquele lugar. De volta a ti. Deixei de desejar as estrelas mas ainda sinto o negro do céu quando fecho os olhos deitado a teu lado.

Queria que não tivesses mundo. Queria que fosses só meu e eu só teu. Queria apenas o sonho que tive. Sei agora que não passa disso, de uma mera divagação do meu inconsciente. Mas queria que não tivesses em ti os mesmos fantasmas que tento esquecer, aqueles dos quais fugi tempo demais.