Destruição
Destróis-me, aos poucos, muito de cada vez, a cada momento que passa, por cada palavra que dizes, por cada olhar que não me diriges...
Destróis-me, com os teus fantasmas, com as tuas dúvidas, com a tua mesquinhez, com a pequenez, da alma e do íntimo, com os teus pêlos e os cabelos, com o cheiro que tens...
Destróis-me apenas por teres existido, apenas por teres sido, apenas por teres estado em mim, na minha vida, no meu passado, presente...
Destróis-me por pensar que poderás estar no meu futuro...
Destróis-me por eu não morrer, destróis-me porque eu continuo vivo, destróis-me porque não morreste sem mim, destróis-me porque tens outro, outros, alguém e eu ninguém...
Destróis-me porque me mentiste, a cada momento que foi passando desde que me prometeste esperar...
Destróis-me...
Pára, pára de ser quem és para mim... deixa-me matar-te cá dentro... vai morrendo, desvanecendo, desaparecendo, aos poucos, muito de cada vez, a cada momento que passa, para sempre...
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