quinta-feira, maio 12, 2005

Destruição

Destróis-me, aos poucos, muito de cada vez, a cada momento que passa, por cada palavra que dizes, por cada olhar que não me diriges...

Destróis-me, com os teus fantasmas, com as tuas dúvidas, com a tua mesquinhez, com a pequenez, da alma e do íntimo, com os teus pêlos e os cabelos, com o cheiro que tens...

Destróis-me apenas por teres existido, apenas por teres sido, apenas por teres estado em mim, na minha vida, no meu passado, presente...

Destróis-me por pensar que poderás estar no meu futuro...

Destróis-me por eu não morrer, destróis-me porque eu continuo vivo, destróis-me porque não morreste sem mim, destróis-me porque tens outro, outros, alguém e eu ninguém...

Destróis-me porque me mentiste, a cada momento que foi passando desde que me prometeste esperar...

Destróis-me...

Pára, pára de ser quem és para mim... deixa-me matar-te cá dentro... vai morrendo, desvanecendo, desaparecendo, aos poucos, muito de cada vez, a cada momento que passa, para sempre...