terça-feira, maio 10, 2005

Luz

É-me compulsiva a vontade de escrever... nada sinto, mas sinto tudo ao mesmo tempo. Neste momento a tortuosidade do meu destino acentua-se. Espero. Aguardo impacientemente a chegada de quem quero, para que saiba que quero. E aguardo... pela luz.

Poucos foram os grãos de areia que percorreram o desfiladeiro da ampulheta desde que sofri como nunca me havia posto a sofrer, julgando nunca mais encontrar um sorriso. Agora, parei a areia. Olharia nos olhos e veria o lado de lá, através do vazio que senti e que agora existe. Para lá: o nada. Apenas o nada. E como poderá o nada ser algo? Resposta: não pode. Pelo menos para mim não. Nem luz, perguntei? Ou a falta dela? Desta vez não.

Einstein diria: assim que nos aproximamos da velocidade da luz, abrandamos... o espaço é relativo, o tempo é relativo. Persegue um feixe de luz, à sua velocidade, e jamais o apanharás... Talvez eu seja assim, um feixe de luz, ou de escuridão, não sei, mas ninguém me conseguirá apanhar na minha magnitude avassaladora de rajada destrutiva de integridades emocionais. Sei que estou à frente, sempre à frente, à espera que me encontrem.. Até decidir ir atrás. E sinto-me, cada vez mais, mais longe, distante...

Desta vez, a distância sabe bem... acho que nunca soubera tão bem... sabe a saudade, de mim, de quem eu já fui, sem nunca ter sido... Agora posso respirar... Agora posso correr, correr atrás da luz... E a luz esperará por mim, até a apanhar... Ou poderei ser eu próprio a luz, e esperar pelo meu sorriso...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Se consegues parar a areia da ampulheta, consegues mais do que muitos, que se limitam a observar impotentes o deslizar da vida.

10 maio, 2005 21:39  

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