quarta-feira, outubro 21, 2009

De novo, covarde.

Sorrio, mas sem o conseguir fazer, passeando por entre a platéia que me enterra, que me desdenha a cada inspiração que tomo minha. Sigo em frente, sabendo que o trilho não é meu. E é assim que me sinto, antes de ser possuído pela vontade de seccionar uma mera radial, de cateterizar uma qualquer veia complacente. Cada vez mais sei que não deveria cá estar, cada vez mais me sinto perdido no mundo que ousara ser encontrado e ser tomado como meu. Uma vez, uma noite, uma ilusão. Não és tu! É apenas o escroque que resultou naquilo que alguém fez, que alguém deteriorou enquanto outros faziam a condenação. Morte diria eu. Talvez. Morto de um de nós. Eu apenas tenho boas veias para sucumbir...

Chego a casa e choro, todos os dias quando são noite, todas as noites quando amanhece. Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém cheira este sal. Ninguém entende o peso da lâmina, do pó compacto em doces amargos ou das gotas de ilusão em que insisto naufragar. Quisera outrora coragem para fugir das idéias que me assolam a alma desde o acordar ao adormecer. Quisera então coragem para sobreviver a um novo acordar. E covardemente acordo. E covardemente me deixo sobreviver.