domingo, maio 29, 2005

Duas dezenas

Entendo o que sentes. Ou talvez não sintas nada do que entendo e isto seja apenas um fantasma meu, uma criação dos meus próprios medos passados. Talvez tenhas medo que te aconteça o mesmo que me aconteceu, talvez tenhas medo de que te volte a acontecer. Talvez tenhas tu mais medo da solidão que eu. E agarras-te, com tudo o que tens, para não ficares só.

Talvez eu devesse ter feito o mesmo. Talvez eu me devesse ter agarrado para não perder quem perdi. Mas, ainda bem que não me agarrei. Ainda bem que perdi. Ainda bem que consegui libertar-me. Mas... tu talvez não consigas. Talvez aches esta a tua última oportunidade. E, assim, abandonas e trocas quem há muito cá está, porque sabes que há-de continuar, por muito que magoes e troques, por muito que deixes de lado e substituas. Sabes que continuarei. Muitas vezes, não por querer, mas por já o fazermos há quase duas dezenas...

Ambos temos estado.

Mas, em muito, já não te conheço, já não reconheço a independência e determinação de outrora. Agora, vejo até uma subjugação, uma auto-escravização por ti imposta a outra pessoa que não a tua! Pergunto-me por vezes quem és; mas como também sobre mim faço essa pergunta, mais do que frequentemente, não procuro resposta.

Mas, tenho saudades de quem conheci... há duas dezenas.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não sei de algum dia voltarei a encontrar a paz que um dia tive, de me sentir leve e sem medo de mais um dia, sei que não pareço a mesma, e é pq não me consigo livrar do espartilho que trago vestido e o qual não consigo para já despir.

Não tenho medo de ficar sozinha, de perder alguém que é muito neste momento para mim...deverias saber isso!
Não tenho receio disso.

Tb tenho saudades nossas, do passado e lamento não te conseguir explicar neste momento...estou condionada por tudo e por nada, pelo vento, pela chuva, pelo sol, pela incerteza, pelas poucas certezas.

Mas, garanto que não tenho medo de perder aquele q pensas, e não vivo dependente, muito pelo contrário...mas é dificil explicar aquilo que a minha vida se tornou...só te peço que me ajudes, como sempre fizeste e que estejas comigo, como eu estou contigo...sempre (embora por vezes não pareça)!

Ao escrever isto, há gotas a correr pelas faces e a pedir-te que não me abandones...

30 maio, 2005 19:50  

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