sexta-feira, novembro 04, 2005

Mais uma vez…

Mais uma vez, quando me desliguei da minha realidade aparente e entrei no mundo dos comuns mortais que coabitam inospitamente os meus espaços, desiludi-me. Fiz-me crer em algo que não existia, que naturalmente não podia existir, mais uma vez, fora do meu mundo, criado por e para mim.

Mais uma vez tentei sair, mais uma vez tentei acreditar, tentei ver o que não estava lá, tentei forçar, ou talvez forçar-me, a mim, apenas a mim, a sorrir ou a ver o destino e o mundo sorrirem-me, por uma vez mais, por mais uma vez. Errei. Errei porque afinal tinha razão, porque afinal tenho sempre tido. Não vale a pena querer acreditar que algo mais que as minhas desilusões poderão cruzar-se comigo no meu triste e amargurado fado. Sou assim. Fui sempre e serei sempre assim. Triste.

Sim, mais uma vez estou triste, mais uma vez perdi a esperança em acreditar que algo mais que as minhas desilusões e frustrações existe. Mas, é apenas mais uma vez. Apenas mais uma singela vez. Uma de, provavelmente, muitas.

E mais uma vez, a lágrima poisa no canto, a querer verter, mas não cai. Desta vez ela não cai, porque não tem porque cair. Não tem por quem cair. Mas, está lá, mais uma vez, a avisar-me que não aguentará muito mais, que em breve irá escorregar, se eu próprio escorregar também nas ardilosas tramas do caminho que percorro.

Mais uma vez escrevo, sem querer escrever as palavras que me sufocam a alma. Mais uma vez me visito no meu canto e me encontro igual a todo o sempre…

Mas, é apenas mais uma vez…